2/25/2007

Texto de Conclusões

Visões de Futuro para Aveiro

O Desafio da Competitividade e do Desenvolvimento Económico Local


Gabinete de Estudos / PS - Aveiro

Introdução


A segunda sessão pública de trabalho levada a efeito pelo Gabinete de Estudos do PS Aveiro versou sobre “O Desafio da Competitividade e do Desenvolvimento Económico Local”.

A abordagem adoptada nesta sessão incidiu sobre questões que, na sua essência, procuraram cruzar aspectos relacionados com a competitividade quando observada numa lógica empresarial e quando observada numa lógica de desenvolvimento regional.

A sessão de trabalho iniciou-se com a apresentação dos oradores por parte da Prof.ª Teresa Fidelis, à qual se seguiu a exposição do Eng. José Romão de Sousa. Posteriormente, o Prof. Eduardo Anselmo de Castro efectuou a sua exposição, tendo a sessão de trabalho sido concluída com um profícuo debate entre os oradores e a assistência presente.


As apresentações

Eng. José Romão de Sousa

A apresentação do Eng. José Romão de Sousa versou essencialmente sobre os actuais factores de competitividade que as organizações devem ter em conta face à actual contexto macroeconómico.

Inicialmente, foi efectuada uma caracterização do actual contexto macroeconómico, onde foram realçados os seguintes pontos

  • O conceito de globalização e as consequências que advêm deste novo paradigma, nomeadamente, as alterações que o mesmo provoca ao nível dos factores de competitividade.
  • O aparecimento dos denominados mercados emergentes, com especial destaque para as aqueles que apresentam (ou irão apresentar num futuro muito próximo) índices de crescimento elevado: BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).
  • O reforço de factores de regulação da actividade empresarial.
    Aspectos relacionados com a evolução demográfica, tendo sido dado como exemplo a problemática do envelhecimento das populações.
  • Os novos desafios colocados à logística, com a evolução tecnológica dos meios de transporte e das respectivas vias de comunicação.

A apresentação prosseguiu com a reflexão sobre a importância das empresas como “organizações sociais” e o papel que as empresas devem assumir nos dias de hoje. Neste ponto, as questões salientadas de forma mais relevante incidiram sobre aspectos como:

  • O papel da Empresa com entidade potenciadora da criação de valor através da satisfação de necessidades, veiculadas pela capacidade de inovação e por uma resposta mais rápida face às solicitações do mercado.
    A necessidade de incrementar os índices de produtividade com um melhor aproveitamento na utilização de recursos.
  • O papel que as empresas devem assumir em termos de responsabilidade social perante a sociedade, numa lógica de soma positiva, que ultrapassa em larga escala o simples papel das empresas em oferecer produtos e serviços ao mercado.

Finalmente, foram apresentadas diversas ferramentas de gestão utilizadas pelas Empresas que possibilitam o controlo e monitorização dos factores de produtividade e competitividade, conduzindo a um processo de tomada de decisão optimizado aquando da utilização das mesmas no normal desenrolar da actividade das Empresas. Neste contexto, foi realçada a importância de alargar a aplicação destes mesmos instrumentos a uma lógica de actividade económica desenvolvida numa perspectiva regional:

  • Definir objectivos “estratégicos” para a região.
  • Elaborar o “Balance Scorecard” da região.
  • Analisar as regiões concorrentes (SWOT)
  • Que tipo de empresas queremos atrair/manter?
  • Quais as vantagens competitivas da nossa região?
  • Como suplantar/desenvolver os nossos pontos fracos?
  • Como medir a eficácia das acções?
  • Focalizar esforços.

Prof. Eduardo Anselmo de Castro

O Prof. Eduardo Anselmo de Castro fez incidir a sua apresentação sobre o relacionamento que as diversas entidades que compõem uma determinada região devem assumir, de forma a potenciar as diversas valências das quais são detentoras.

A abordagem incidiu especificamente sobre a região do Baixo Vouga, tendo sido apresentado um conjunto de indicadores, nomeadamente o valor do PIB por habitante, o nível médio de formação das pessoas, o volume do pedido de patentes e finalmente a capacidade exportadora. Estes indicadores revelam uma forte ligação do Baixo Vouga à economia global e uma assinalável capacidade de investigação científica e tecnológica, mas revelam também níveis muito insatisfatórios de qualificação e uma desaceleração da taxa de crescimento do PIB, em valores absolutos e em comparação com o resto da Região Centro, o que pode reflectir uma perda de competitividade internacional, decorrente do esgotamento do modelo de desenvolvimento baseado em actividades tradicionais e baixos custos de produção. Na sequência desta análise foram levantadas questões relacionadas com a forma de inverter esta tendência:

  • Como segurar os níveis de exportação do Baixo Vouga?
  • Como resistir às questões da deslocalização?
  • Com manter os níveis de competitividade?
  • Como recuperar o atraso verificado face às economias emergentes?

Em seguida, foram abordadas diversas hipótese de resolução dos problemas apresentados com especial incidência para a necessidade de reforçar e qualificar os factores de competitividade, assentado este esforço na capacidade de aumentar o grau de inovação das empresas e na capacidade de reforçar os serviços de apoio à actividade produtiva, consolidando a ligação do Sistema Científico e Tecnológico ao Tecido Produtivo através do recurso a uma base institucional denominada de Pólo de Competitividade Empresarial.

Finalmente, foi apontada uma possível solução concreta para a resolução dos problemas inicialmente apresentados no que concerne à Região do Baixo Vouga, solução essa que assenta essencialmente no estabelecimento de um eixo de competitividade / corredor tecnológico envolvendo as diversas áreas existentes na Região Centro. Foi também salientada a importância da mobilização entre Aveiro e os municípios vizinhos para aceder aos fundos do QREN e assim contribuir para reforçar e actualizar o tecido produtivo e o desenvolvimento económico da região.


Conclusões

Das apresentações acima descritas, podemos em jeito de síntese apresentar as seguintes conclusões:

  1. A conjuntura macroeconómica actual desafia as empresas a apresentar novas soluções de forma a garantir elevados índices de produtividade e competitividade.
  2. Muitas dessas soluções passam essencialmente por garantir uma melhor utilização dos recursos, um incremento da capacidade de inovação e numa nova atitude socialmente mais responsável das empresas para com a comunidade envolvente.
  3. As questões acima referenciadas embora tradicionalmente observadas numa lógica empresarial, podem e devem ser alargadas às actividades desenvolvidas numa perspectiva de desenvolvimento regional.
  4. A Região do Baixo Vouga é um exemplo de como a actual evolução da conjuntura macroeconómica pode afectar de forma menos positiva o desenvolvimento de uma região.
  5. Uma das soluções apontadas passa pelo reforço da competitividade da região através da manutenção das vantagens competitivas nos sectores tradicionais (Metalomecânica, Produtos do Mar), conjugado com um reforço aos sectores de elevado potencial (TIC´s, Novos Materiais, Indústrias ligadas ao Ambiente).
  6. Por outro lado, é revelada a necessidade de qualificar os factores de competitividade (I&D, Marketing, Parcerias).
  7. Estas actividades devem ser desenvolvidas através da ligação integrada e sistemática do Sistema Científico e Tecnológico ao Tecido Produtivo.
  8. A integração e sistematização exige a criação de uma entidade – Pólo de Competitividade – o qual deve reunir o consenso de não uma mas de várias entidades localizadas na região centro, que apresentem interesses comuns.
  9. Uma das hipóteses possíveis passa pela criação de um Eixo de Competitividade / Corredor Tecnológico que ligue com as extremidades localizadas em Aveiro e Coimbra.

1 comment:

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