Desafios para as Políticas Sociais Locais
Este Encontro, integrado no Ciclo de Debates “Visões de Futuro para Aveiro”, promovido pelo Gabinete de Estudos do Partido Socialista em Aveiro, teve como oradoras a Prof. Doutora Liliana Sousa (Professora Auxiliar da Secção Autónoma das Ciências da Saúde da Universidade de Aveiro) e a Prof. Doutora Fernanda Rodrigues (Directora do PNAI – Plano Nacional de Acção para a Inclusão).
Prof. Doutora Fernada Rodrigues (ver "link" com apresentação)
A Prof. Doutora Fernanda Rodrigues centrou a sua abordagem no Plano Nacional de Acção para a Inclusão e começou por referir que ao falar de Inclusão se referia à Pobreza e à Exclusão Social. Este PNAI, sendo já o terceiro Plano elaborado, tem a vigência de dois anos e pretende, como principal desafio, intervir sobre a Pobreza e a Exclusão Social numa lógica integradora e de articulação entre os sectores da segurança social, saúde e educação (Mainstreaming). A pobreza como fenómeno multidimensional foi abordada no Conselho Europeu da Primavera 2006, que perspectivou a plena erradicação da pobreza e exclusão social até 2050. A Directora do PNAI destacou como prioridades do programa o combate à pobreza das crianças e idosos, através de medidas que asseguram os seus direitos básicos de cidadania, a correcção das desvantagens na educação, formação e qualificação e ainda o ultrapassar das discriminações, com o reforço da integração das pessoas com deficiência e dos imigrantes. Neste sentido foram definidas 60 medidas, orientadas para áreas como a inserção, o emprego, a educação e a formação, das quais algumas são transversais a todos os grupos alvo e outras mais focalizadas a cada grupo.
Foi ainda salientado, pela Prof. Fernanda Rodrigues, que em 2007, “Ano Europeu da Oportunidade de Igualdade para Todos”, a taxa de pobreza resistente é transgeracional, considerando o PNAI, como áreas de particular preocupação, a pobreza monetária em crianças (23%) e idosos (29%), as famílias mono parentais e as situações de negligência e abandono escolar (38%). Na sua Dimensão Macro, o PNAI envolve vários agentes, nomeadamente uma Comissão Interministerial (14 Ministérios), Pontos Focais, um Grupo de Peritos e um Fórum de Organizações Não Governamentais (52). Já numa Dimensão Micro, destaca-se o papel da Rede Social, com a valorização do seu sistema de informação e diagnóstico de base territorial. A sustentação destas dimensões é feita através de um sistema informativo com indicadores estruturais de base e de uma rede de conhecimentos.
Para finalizar, realçou que o implante local do PNAI depende, em grande medida, dos agentes locais e da concretização das políticas que o fundamentam, as quais se baseiam no conhecimento actual e amigável da pluridimensionalidade, com a participação de todos os sujeitos (critério da justiça associativa), feitas de medidas ajustadas e justas, integradas e que pretendem inovar.
Marília Martins
Gabinete de Estudos PS Aveiro – Núcleo da Inserção Social
Fev./07
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